Atendimento psiquiátrico: A medicação atua nos sintomas, mas e o que origina os sintomas?
- Nappe

- 27 de ago.
- 5 min de leitura
Atualizado: 9 de set.

Quando falamos em saúde mental, é comum que um dos primeiros caminhos buscados — e também oferecidos — seja o uso de medicamentos. Em muitos casos, a medicação é sim uma ferramenta fundamental e necessária, capaz de oferecer estabilidade, alívio e segurança para quem está em sofrimento.
Mas é preciso compreender com mais profundidade: a medicação atua principalmente sobre os sintomas. E aquilo que origina esses sintomas? Essa é uma pergunta essencial, e que precisa estar presente não só entre profissionais, mas também entre pacientes, familiares e todos que se envolvem no processo de cuidado.
O Nappe atua como clínica psiquiátrica em Recife desde 1993 por meio de diversos planos de saúde, oferecendo desde consultas psiquiátricas até um acompanhamento terapêutico mais contínuo, próximo e integrado, que conta, para além do atendimento psiquiátrico, com o suporte psicológico e atividades terapêuticas corporais e expressivas, em modalidade de Hospital-Dia.
Nessa publicação buscamos te orientar sobre qual acompanhamento pode fazer mais sentido para você nesse momento.
O papel da medicação no cuidado em saúde mental
Os medicamentos psiquiátricos têm como principal função aliviar ou reduzir sintomas como ansiedade intensa, insônia, impulsividade, tristeza profunda, crises de pânico, alterações de humor, entre outros. Eles são extremamente úteis, especialmente nos momentos em que o sofrimento atinge níveis incapacitantes, ou quando há riscos mais graves envolvidos.
Nesse sentido, a medicação ajuda a “abrir espaço” para que o paciente possa, com mais estabilidade, acessar outras formas de cuidado — em um processo terapêutico que busque promover um cuidado mais profundo e transformador. É preciso reconhecer que a atuação da medicação muitas vezes não consegue chegar na origem do sofrimento.
Os sintomas não surgem por acaso
Sintomas como tristeza recorrente, crises de ansiedade ou instabilidade emocional não aparecem “do nada”, como é frequentemente relatado em atendimentos. Eles são expressões de algo mais profundo:
Vivências
Traumas
Experiências mal elaboradas
Pressões acumuladas
Relações adoecidas,
Histórias pessoais que ainda não encontraram lugar para serem escutadas ou processadas
Podemos descrever os sintomas como a forma com que essas dores e esses desafios se expressam em nosso corpo, comportamento e pensamentos. Para além daquilo que conseguimos sentir, perceber e verbalizar, existem camadas e camadas de elementos psíquicos que precisam ser trabalhados com cuidado, presença e escuta — e a depender do tamanho da vulnerabilidade emocional, psíquica e psicológica, as consultas psiquiátricas periódicas, por mais que sejam de grande ajuda, pode necessitar de auxílio nessa caminhada.
Dentre grandes parceiros da medicação no processo terapêutico, podemos destacar:
Processo terapêutico
Rede de apoio que compartilhe das dores que enfrentamos
Atividades expressivas e orientadas ao autoconhecimento
Mudanças de rotina
Alterações nos ciclos de convivência
Por que isso é importante?
Quando optamos por não compreender o que está por trás daquilo que sentimos, corremos o risco de “silenciá-lo” com a medicação sem acolher o que ele está tentando nos dizer. E quando isso acontece, há uma tendência de que o sofrimento psíquico retorne, seja de forma parecida, seja com novas manifestações.
Além disso, a simples melhora sintomática pode gerar a falsa sensação de que “está tudo resolvido”, levando à interrupção precoce de tratamentos que deveriam continuar — o que, muitas vezes, resulta em recaídas, frustrações ou agravamentos.
A ansiedade diminui, mas com o tempo passamos a sentir estresse
A baixa energia vai embora, mas “de repente” não conseguimos mais dormir
Os episódios depressivos são menos frequentes, mas quando retornam, é em uma maior escala
A resistência em nos darmos o cuidado que precisamos
Muitas vezes, a procura por atendimento psiquiátrico só acontece quando o sofrimento já se tornou intenso demais — afetando relações, trabalho, rotina e bem-estar de forma visível e persistente. Não é raro que essa dor venha de feridas antigas, silenciadas ao longo do tempo, e que continuaram crescendo de forma quase invisível.
Mesmo com essa consciência, ainda é difícil colocarmos nossa saúde mental como prioridade. Somos ensinados a sermos produtivos, fortes, auto suficientes — e, muitas vezes, buscamos ajuda apenas quando não conseguimos mais suportar. Com os outros, tendemos a ser cuidadosos. Com nós mesmos, buscamos atalhos, soluções rápidas, o mínimo possível para “dar conta”.
Esse movimento revela uma resistência profunda: a de reconhecer que também precisamos e merecemos cuidado. Que o acolhimento não é sinal de fraqueza, mas de coragem. E que priorizar a saúde mental não é luxo, é compromisso com a própria vida.
Quando a medicação é o primeiro passo — e não o último
Em muitos casos, o uso da medicação é o primeiro passo possível. Quando o sofrimento está intenso demais, é natural que a pessoa não consiga, de imediato, elaborar suas dores através da fala, da análise ou de mudanças mais profundas. Por isso, a medicação pode funcionar como uma “ponte” entre esse momento de maior vulnerabilidade e a possibilidade de reorganização.
Mas ela não deve ser o único recurso. Quando o tratamento se limita à prescrição de um remédio, perdemos a chance de acessar o que realmente precisa ser cuidado: as origens, as vivências, os significados, os afetos.
A dor precisa ser escutada, não só silenciada
Essa é uma das premissas que sustentam o trabalho em saúde mental: o sofrimento precisa ser escutado. Escutado de forma ativa, respeitosa, sem julgamento. Escutado por profissionais preparados, por espaços que acolham e respeitem o tempo de cada pessoa.
É nessa escuta que muitas vezes surge a transformação real. Ao dar nome às suas dores, entender seus próprios limites, reformular suas relações e elaborar aquilo que ficou “entalado” por tanto tempo, o paciente começa a construir outro tipo de relação com sua própria história.
A importância de um cuidado integrado
É justamente por isso que no Nappe acreditamos em uma abordagem integrada da saúde mental. Onde as consultas psiquiátricas caminham junto com:
Psicóloga de referência
Grupos terapêuticos semanais
Atividades terapêuticas integrativas
As atividades terapêuticas acessam aspectos emocionais e subjetivos por meio da arte, do corpo, do movimento e da criatividade:
Atividades corporais
Yoga terapêutico
Bioenergética
Pilates
Tai Chi Chuan
Biodança
Auriculoterapia
Atividades expressivas
Musicoterapia
Arteterapia
Projeto de vida
Cineclube
Oficina dos sonhos
Tenda do conto
Audiovisual
Oficina da palavra
Teatro
Como ter o meu primeiro atendimento no Nappe?
O primeiro passo é agendar uma triagem psicológica e um atendimento psiquiátrico, que permitirão avaliar a necessidade de ingresso no Hospital-Dia ou a continuidade apenas no ambulatório psiquiátrico. No Nappe, esses atendimentos podem ser realizados através dos seguintes planos de saúde:
Amil, Sassepe, Bradesco, Estellantis, Saúde Caixa, Sulamérica, Postal Saúde, Petrobrás, TRT, Fachesf, Fisco, Bacen, Capesesp, Assefaz, Cassi, Fusex, Nova Saúde, Plan Assiste, Gama, Serpro, Medprev e Blue.
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