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Alcoolismo e a dependência em outras substâncias: Como começa e o que pode ser feito

  • Foto do escritor: Nappe
    Nappe
  • 27 de ago.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 9 de set.


Cadeiras organizadas em círculo para um grupo terapêutico do Hospital Dia do Nappe

O consumo de bebidas alcoólicas faz parte da nossa sociedade, mas não só no momento atual. Desde os primórdios, o ser humano e as substâncias psicoativas dividem momentos juntos, contudo, uma relação que à princípio pode se basear na comemoração, na diversão e elo social, também pode gerar grandes riscos e prejuízos a depender da forma com que esse uso acontece.


O Nappe atua no acolhimento à saúde mental em Recife há mais de 33 anos, e nessa publicação buscaremos te ajudar com orientações sobre o alcoolismo e a dependência em outras substâncias.


O primeiro entendimento a ser alinhado é o de que a relação abusiva com o álcool não se inicia de forma repentina, e tampouco acontece a partir de um dia de uso excessivo. A dependência alcoólica se inicia na maioria dos casos de uma forma sutil e gradativa


Entender o momento em que o uso recreativo do álcool deixa de ser apenas uma diversão e se transforma em dependência é essencial para reconhecer sinais precoces e buscar apoio adequado. 


O que caracteriza a dependência alcoólica?

A OMS (Organização Mundial de Saúde) define o alcoolismo como uma doença crônica caracterizada pela dependência do álcool, onde o indivíduo perde o controle sobre o consumo e apresenta sinais de abstinência quando não ingere a substância. Nesse estado, o uso do álcool não é mais uma escolha livre, mas uma necessidade fisiológica e emocional. Antes de qualquer conclusão, é importante não partir para autodiagnósticos, sendo necessário uma avaliação mais individual e profissional para uma melhor clareza sobre a classificação desse uso. Contudo, alguns sinais gerais podem ser destacados:


  • Desejo intenso e automático de consumo

  • Dificuldade em controlar o início, fim ou quantidade do uso

  • Aumento progressivo da tolerância, necessitando consumir mais para obter os mesmos efeitos

  • Sentimento de ausência, inquietação quando não há ingestão de álcool

  • Minimização da relevância das consequências trazidas pelo uso

  • Abandono ou prejuízo nas atividades sociais, profissionais ou familiares em função do álcool


Esses sinais nem sempre aparecem de forma abrupta, e podem se manifestar de forma diferente para cada pessoa. Além disso, é natural que esses pontos de alerta não apareçam todos ao mesmo tempo. Por isso, buscar uma atenção mais dedicada não deve acontecer apenas quando a situação já está muito evidente. 


O que leva à dependência alcoólica?


 Da mesma forma que os sinais e prejuízos levam em consideração fatores singulares do indivíduo, as razões que o levam para o lugar de dependência também são muito próprias. Sabemos que o álcool em diversas ocasiões é utilizado como ferramenta de manejo para dores e dificuldades, sendo uma fuga para desafios que por vezes assumem um peso que não conseguimos carregar. Nesse sentido, podemos entender a dependência não como uma escolha, mas como uma tentativa de solução para algum problema.


 A partir de sentimentos de culpa, angústia, raiva, tristeza e outros, o álcool pode assumir o papel socialmente aceito de “afogar as mágoas”. Como já destacado, a dependência não surge após um momento de consumo exagerado, mas depois de diversos momentos em que o álcool foi conectado como uma solução, começamos a estabelecer um processo automático, onde sempre que a dor se apresenta, o consumo exagerado da bebida pode aparecer de forma intuitiva


 Contudo, a partir do momento que o álcool não só assume o papel de solução para problemas, mas passa a também ser um problema, esse abuso trará uma nova carga de sofrimento emocional, que será aplacado justamente por um consumo ainda maior, reforçando o ciclo da dependência.


De forma mais ampla, também podemos elencar outros fatores que levam à dependência alcoólica, mas que em algum grau, não deixam de conectar o álcool como uma ferramenta resolutiva: 

  • A aceitação social no consumo do álcool e a rejeição ou zombaria quando optamos pelo não uso

  • A vinculação obrigatória entre momentos de descompressão, encontros, jogos e diversão e a ingestão alcoólica


O preconceito social e a falta de acolhimento para o indivíduo enfrentando a dependência alcoólica


Ao entendermos melhor as causas que podem levar uma pessoa à uma situação de alcoolismo, trazemos a consciência de que ninguém simplesmente escolhe criar uma dependência junto ao álcool, que se desenvolve, por parte, diante de uma série de sofrimentos que não puderam ser administrados e manejados da forma ideal.


Segundo a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), no ano de 2021, 2,9% da população brasileira apresenta algum transtorno por uso do álcool, e ainda assim, quando partimos para entendimentos sobre desafios dentro da saúde mental (como o alcoolismo) através do senso comum, por vezes vamos encontrar discursos sociais que devolvem e reforçam o usuário para o lugar do uso abusivo.


No meio social, a dependência alcoólica é quase sempre conectada à supostas falhas que venham a sugerir que o indivíduo se encontra na relação abusiva por falha pessoal, com falas que perpassam por:


  • Fraqueza moral e ética

  • Irresponsabilidade 

  • Fracasso


 Quando o coletivo julga o abuso do álcool como apenas um “vício opcional”, estamos reforçando o sentimento de culpa, angústia e fracasso, que em muitos momentos foram sentimentos antecessores ao início da relação abusiva.


A conexão da dependência alcoólica com outros quadros de adoecimentos psíquicos e psicológicos


A dependência do álcool, em muitos casos, está associada a outras condições de saúde mental, como transtornos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar ou traumas não elaborados.


Nesses casos, o álcool pode ser utilizado de forma inconsciente como uma forma de automedicação, ou como porta de entrada para novos quadros de adoecimento.

A conexão entre a dependência alcoólica e outros quadros de adoecimento psíquico pode ser entendida dentro de um contexto multifatorial, considerando aspectos:

  • Biológicos

  • Sociais

  • Culturais

  • Familiares

  • Relacionais


Nesse sentido, da mesmo forma que uma pessoa enfrentando a dependência alcoólica pode, a partir dos prejuízos trazidos, desenvolver quadros depressivos, ansiosos e outros, um indivíduo que nunca teve problemas com álcool, mas lida com transtornos na saúde mental, pode, visando aplacar esse sofrimento, também ter dificuldades pelo uso indevido do álcool.


Por isso, é fundamental compreender que o tratamento da dependência alcoólica não se limita à interrupção do consumo, mas deve incluir o cuidado com a saúde mental como um todo.

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A importância da rede de apoio


A presença de uma rede de apoio — seja familiar, social ou institucional — é um fator de proteção importantíssimo no processo de enfrentamento da dependência. Muitas vezes, é através do olhar acolhedor de alguém próximo que a pessoa consegue se perceber em sofrimento, e mais importante, sente-se fortalecida para admitir a necessidade de ajuda! 


Caso você acompanhe alguém que precise de um apoio em meio ao desafio dentro do alcoolismo e a dependência de outras substâncias, saiba que a sua ajuda pode ser muito relevante:


  • A escuta sem julgamentos

  • O incentivo e acompanhamento ao tratamento

  • O cuidado na relação para além de assuntos relacionados ao processo terapêutico, preservando outros momentos de qualidade em conjunto

  • A disponibilidade de ir à outros cronogramas e ambientes que não estimulem o uso de substâncias


 Na mesma medida em que para ajudar alguém enfrentando a dependência precisamos ter uma postura acolhedora, caso seja você a pessoa que se encontra nesse lugar de uso abusivo, buscar apoio é um grande passo na mudança de cenário.


Há saída, e ela começa com um passo


Abandonar o alcoolismo e a dependência em outras substâncias nem sempre é um processo rápido ou fácil, mas é absolutamente possível. Com o suporte adequado, é viável reconstruir a vida, reencontrar prazer em outras experiências e fortalecer a autoestima. A recuperação da dependência é um processo contínuo de autoconhecimento, resgate de vínculos e reconstrução da autonomia.


Se você ou alguém que você conhece está enfrentando dificuldades com o álcool, saiba que não é necessário chegar ao limite para buscar ajuda. Quanto antes o cuidado começa, mais eficaz e acolhedor ele pode ser.


No Nappe, o Espaço Bem-Estar é dedicado à atenção em saúde mental, acolhendo diversos quadros, incluindo o alcoolismo, depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros. 

O acompanhamento acontece de forma mais próxima, contínua e integrada, através de:


  • Consultas psiquiátricas agendadas mensalmente

  • Psicóloga de referência e grupos terapêuticos

  • Atividades terapêuticas


As atividades terapêuticas buscam acessar pontos da saúde mental através da fala, estimulando o autoconhecimento, ressignificação e acolhimento por meios expressivos, integrativos e criativos:


Atividades corporais


  • Yoga terapêutico

  • Bioenergética

  • Pilates

  • Tai Chi Chuan

  • Biodança

  • Auriculoterapia

Atividades expressivas


  • Musicoterapia

  • Arteterapia

  • Projeto de vida

  • Cineclube

  • Oficina dos sonhos

  • Tenda do conto

  • Audiovisual

  • Oficina da palavra

  • Teatro

Para além dessa postagem, você pode assistir ao podcast do Nappe sobre a dependência alcoólica e em outras substâncias no vídeo abaixo, e caso você sinta que o suporte terapêutico do Nappe já pode ajudar você ou alguém próximo, fale conosco e marque um primeiro momento através de seu plano de saúde!


Amil, Sassepe, Bradesco, Estellantis, Saúde Caixa, Sulamérica, Postal Saúde, Petrobrás, TRT, Fachesf, Fisco, Bacen, Capesesp, Assefaz, Cassi, Fusex, Nova Saúde, Plan Assiste, Gama, Serpro, Medprev e Blue.



 
 

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